Dificuldade de aprendizagem ou com a aprendizagem?

 

Professora: Luciana Walkiria Feijó Santos

Licenciatura em Estudos Sociais com Habilitação em Geografia

Licenciatura em Pedagogia

 

Resumo

 

Quando discutimos a questão da dificuldade de aprendizagem, não podemos levar em consideração apenas fatores orgânicos e biológicos, pois podemos cair na armadilha da questão patológica, com a introdução de medicamentos que se mostram ineficazes em longo prazo. Os fatores cognitivos, sociais, afetivos devem ser considerados e favorecidos por um ambiente estimulador na unidade escolar e no ambiente familiar.

 

Abstract

When we discuss the difficulty in relation to the learning process, we may not take into consideration only organic and biological factors, because we may be captured in trap in a pathological scene and be introduced to drugs which show no efficiency in a long term treatment. The cognitive, social and emotional factors should be considered and protected by an stimulated environment at school and in one´s  families.

 

Palavras-chave – dificuldade, aprendizagem, patológico, cognitivos, sociais, afetivos.

 

 

Introdução

 

Sabemos que até seis anos de idade o ser humano atinge cerca de 80% do seu desenvolvimento bio-psico-social. A falta de atendimento adequado nesta fase provoca danos irreversíveis na maturação da criança.  Atender as crianças de zero a seis anos, não se restringe a uma questão pedagógica, mas também as questões relativas à higiene e saúde. Nesta fase as crianças percebem e sentem o mundo que as cerca de uma forma bastante peculiar.

 

É um grande desafio para o professor é atender as necessidades gerais de uma criança (fisiológicas e psicológicas), permitindo uma aprendizagem significativa estimulante para sua capacidade e habilidade. Um ambiente estimulador favorecerá os desenvolvimentos físicos, afetivos, cognitivos, éticos, estéticos e sociais dessa criança e qualquer objetivo educacional a ser atingido pressupõe a existência de um “programa” a ser seguido.

 

 A criança é naturalmente disposta a aprender tudo que se relaciona às suas próprias necessidades, sejam elas físicas ou psicológicas, e ao meio em que vive. Partindo do pressuposto que a criança traz para a escola suas experiências, devemos proporcionar atividades motivadoras para o seu desenvolvimento pleno. É importante lembrar que a aprendizagem é um processo contínuo, gradativo e dinâmico. No processo de aprendizagem tudo é construído e reconstruído de forma gradual, Para facilitar o entendimento a organização e o agrupamento da idéias.

 

Porém, ao visualizarmos o não aprender da criança caímos na armadilha da anormalidade patológica e passamos a rotular as mesmas, associando a essas suspeitas, às vezes não diagnosticadas de déficit orgânico, disfunções no sistema nervoso central, nos dias atuais, tem-se dado crescente importância ao Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), visto que ele associa-se  a ocorrência conjunta de dois ou mais transtornos num mesmo indivíduo avaliado clinicamente (comorbidades), bem como com uma maior freqüência de desfechos relevantes, tais como déficit de funcionamento acadêmico e social ao longo do ciclo de vida do indivíduo. Recentemente, inúmeras pesquisas têm demonstrado que o transtorno ultrapassa os limites da infância, sendo prevalente em adolescente e mesmo em adultos. Esta é uma revisão atual e crítica dos principais aspectos do histórico, epidemiologia, etiologia, quadro clínico, comorbidades, diagnóstico, evolução e tratamento dos transtornos etc. Transformando o não aprender em doenças neurológicas, enfatizando assim características médicas e busca de cura – muitas vezes através da utilização de medicamentos – Farmacologia. Transtorno. Transtorno de aprendizagem. Transtornos Mentais. O termo transtorno é muito utilizado na área médica.

 

Testes padronizados são utilizados para validar os transtornos na aprendizagem da leitura, na matemática e na escrita, relacionados à idade, escolarização e nível de inteligência (QI). O que esquecem esses? As diversidades sociais, culturais e econômicas dos sujeitos.

 

Estatisticamente, com base nos dados da OMS – Organização Mundial de Saúde-os alunos que possuem transtornos de aprendizagem chegam ao máximo a 4%, enquanto que recentemente, tem havido um aumento muito elevado (mais que 1.000% de aumento no Brasil) na prescrição de medicação para crianças, especialmente Ritalina (metilfenidato). Hoje, o Brasil é segundo pais que mais consome Ritalina no mundo. O uso de medicamentos pode trazer efeitos positivos de curto prazo, no médio e longo prazo se mostram ineficazes para atender as necessidades do indivíduo, especialmente com o planejamento, organização, cumprimento de prazos e equilíbrio emocional. As habilidades, competências, valores e padrões de comportamento são desenvolvidos ao longo dos anos, pelo processo de ensino, aprendizagem e treinamento, devido ao TDAH esse processo fica comprometido, principalmente durante a infância. Isso fica evidenciado em casos de crianças que foram diagnosticadas após os 10 anos de vida. O processo de aprendizagem de muitas dessas crianças ficou comprometido, bem como, o raciocínio logico, a leitura e a produção de texto. Nestes casos o tratamento com medicamento é fundamental para reduzir a agitação.

 

Esta, porém, é uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, muitas vezes já com o diagnóstico pronto: “é déficit de atenção” (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e o médico indica medicamentos para a criança.  A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento apático, quieto. É um alívio para os pais e para os professores claro. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida.

 

O fato, no entanto, é que o uso de medicamento reflete muito mais um problema cultural e social do que médico. A vida contemporânea, que envolve pais e mães num turbilhão de exigências profissionais, sociais e financeiras, não deixa espaço para a livre manifestação das crianças. Elas viram um problema até que cresçam. É preciso colocá-las na escola logo no primeiro ano de vida, preencher seus horários com “atividades”, diminuir ao máximo o tempo ocioso e compensar de alguma forma a lacuna provocada pela ausência de espaços sociais e públicos. Já não há mais a rua para a criança conviver e exercer sua “criancice.

 

Porém, muitos pesquisadores salientam que as dificuldades de aprendizagem não devem ser entendidas apenas como fatores orgânicos, biológicos, mas sim como fatores cognitivos, sociais, afetivos e pedagógicos associados à aprendizagem. Desta forma, podemos compreender as dificuldades de aprendizagem relacionadas às ausências de estímulos sociais, as dificuldades econômicas, questões multiculturais, afetivas que cerceiam os sujeitos. Não podemos esquecer também da questão pedagógica. Até que ponto planejamos, tornamos  interessante, desafiador e instigante  para  nossos alunos?

 

Por fim, dificuldades na aprendizagem ou de aprendizagem?

 

Muito se fala em novas práticas pedagógicas, muitas foram experiências e projetos implantados no nosso sistema ensino, muitos preocupados com resultados quantitativos e poucos preocupados com resultados qualitativos.

 

Quando se fala em aprendizagem, dentre os elementos necessários, é preciso considerar dimensões extra-escolares e intra-escolares. A primeira diz respeito aos aspectos socioeconômicos e culturais dos envolvidos no processo de aprendizagem e a compreensão da educação como um direito do indivíduo e dever do Estado, garantindo padrões mínimos de qualidade. A segunda envolve os aspectos de organização e gestão de cada unidade de ensino, condições de oferta de ensino, formação, ação pedagógica, acesso, permanência e desempenho escolar.  Deve-se levar em consideração os problemas sociais refletidos nas unidades de ensino, os determinantes socioeconômicos - culturais dos usuários da instituição, visão que se tem da unidade de ensino no meio em que ela está inserida, acesso da comunidade escolar aos bens culturais e tecnológicos, possibilidades de melhoria de vida das camadas sociais menos favorecidas, entre outros.

 

Assim, para produzir a qualidade sob a ótica extra-escoltar das políticas públicas que abrangem questões sociais é preciso à parceria de diversos setores, como educação, saúde, esporte, cultura e lazer, assistência social, entre outros. Porém, para que cada unidade de ensino seja responsável pela elaboração e implementação de projetos escolares que envolvem as questões citadas acima, precisa ter clareza a respeito de sua finalidade educativa e dos conceitos que embasam o processo ensino e aprendizagem, bem como estabelecer procedimentos de avaliação processual de suas ações, para que construa e reconstrua o seu trabalho tendo como foco o desenvolvimento e a aprendizagem significativa de todas as crianças.

 

Considerando a Lei de Diretrizes e Bases - 9394/96 - e o Estatuto da Criança e do Adolescente, a unidade escolar deve se a propor um trabalho baseado nas diferenças individuais e na consideração das peculiaridades de cada faixa etária.

 
           Embora as crianças desenvolvam suas capacidades de maneira heterogênea, a educação tem por função criar condições para o desenvolvimento integral de todas as crianças, considerando, também, as possibilidades de aprendizagem que apresentam nas diferentes faixas etárias através de uma atuação que propicia o desenvolvimento de capacidades envolvendo aquelas de ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social.

            

 A definição dos objetivos em termos de capacidades - e não de comportamentos deve ampliar a possibilidade de concretização das intenções educativas, uma vez que as capacidades se expressam por meio de diversos comportamentos e as aprendizagens que convergem para ela podem ser de naturezas diversas. Ao estabelecer objetivos nesses termos, o professor amplia suas possibilidades de atendimento à diversidade apresentada pelas crianças, podendo considerar diferentes habilidades, interesses e maneiras de aprender no desenvolvimento de cada capacidade.

         O respeito à diversidade, deve ser parte integrante da proposta de ensino- aprendizagem. Para que seja incorporada pelas educando, a atitude de aceitação do outro em suas diferenças e particularidades precisa estar presente nos atos e atitudes dos adultos com os quais convivem na unidade escolar. Começando pelas diferenças de temperamento, de habilidades e de conhecimentos, até as diferenças de gênero,
de etnia e de credo religioso, o respeito a essa diversidade deve permear as relações cotidianas.

         É tarefa primordial da unidade escolar e principalmente do professor em sala de aula a difusão de conteúdos. Não conteúdos abstratos, mas vivos e concretos, portanto, indissociáveis da realidade social, as experiências diárias, a motivação pela descoberta.


        Um trabalho contínuo que segue a linha "diálogo - ação - compreensão - participação baseada em relações diretas da experiência do educando.
A condição para que a escola sirva aos interesses sociais e garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos curriculares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a educação é uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada, a uma visão organizada e unificada.

 

Se o objetivo da escola é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber vinculado à realidade social, é preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos e que estes possam reconhecer nos conteúdos, o auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade.

          A proposta metodológica deve ter como finalidade o desenvolvimento do educando como um todo, através do desabrochar de vários aspectos da criança, inspirada nas teorias de Jean Piaget e Maria Montessori, adaptadas e transformadas, através de planejamentos adequados a cada faixa etária, com conteúdo forte e constante, propiciando assim a estabilidade de ensino e lógica seqüencial do mesmo na vida escolar do aluno. Com inspiração na pedagogia inspirada na psicogenética de Jean Piaget e nas propostas educacionais de Maria Montessori, devemos  integralizar a criança por meio do desenvolvimento dos aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais, de onde são originados todas as atividades dos currículos de cada curso, desenvolvidos mês a mês, semana a semana, através de planejamentos.

 

Muitos pesquisadores salientam que as dificuldades de aprendizagem não devem ser entendidas apenas como fatores orgânicos, biológicos, mas sim como fatores cognitivos, sociais, afetivos e pedagógicos associados à aprendizagem. Desta forma, podemos compreender as dificuldades de aprendizagem relacionadas às ausências de estímulos sociais, as dificuldades econômicas, questões multiculturais, afetivas que cerceiam os sujeitos. Não podemos esquecer também da questão pedagógica. Até que ponto planejamos, tornamos  interessante, desafiador e instigante  motivador para  nossos alunos?

 

A procura do prazer é uma tendência natural em qualquer pessoa, ninguém gosta de fazer nada de que não lhe proporcione prazer, principalmente a juventude que ainda não desenvolveu a noção da aplicabilidade do conhecimento no seu cotidiano. Muitas das vezes o faz por obrigação e o mínimo possível. Vários são os motivos que levam o jovem a se recusar a estudar, entre eles destaca-se o professor tirano, a escola opressora, os métodos de ensino pouco ou nada atraentes. Em suma, o jovem sempre tem mil coisas bem mais atraentes que poderiam ser feitas durante àquelas horas em que o professor ensina equação para quem nem sabe onde esse aprendizado será útil no futuro.    

 

O professor deve possibilitar uma interação educativa que lhe permita atuar em certa atividade, oportunidade dada a ele tornando-o elemento importante para o processo da interiorização, ou seja, da regulação do processo ensino-aprendizagem, significando atribuir confiança, credibilidade ao aluno, de tal maneira que ele vai se empenhando no seu próprio processo de construção e reconstrução, resultando em uma evolução em conhecimento.

 

Segundo Moran (1997, p. 151), o professor deve ser mediador, que saiba escolher o que é mais importante para cada um de nós em todas as áreas da nossa vida, que garimpe o essencial, que nos orientem sobre as suas conseqüências.  O ser humano em plena posse de suas faculdades mentais, precisa ser ou estar motivado para tudo. É a motivação que desencadeia o processo criativo transformando as realidades.

 

Há muitas formas para se motivar alguém a realizar algo que não esteja nos seus planos imediatos, e, dentre elas, três merecem uma atenção toda especial: o elogio, a recompensa e o desafio.

 

A técnica do elogio, conhecida por Terapia de Rogers (1991), é reconhecidamente eficaz na prática pedagógica. Elogiar uma criança, por exemplo, é “acrescentar” uma verdade na sua auto-imagem. Dizer sistematicamente que uma criança é inteligente é, com certeza, gerar um adulto inteligente. O elogio poderá ser a chave que abrirá a porta para comportamentos positivos do indivíduo em seu grupo, promovendo, entre outras coisas, uma postura criativa. Ressalta-se, porém, que o elogio precisa ser sincero, a fim de não ser confundido com bajulação, nem esconder defeitos.

 

Uma das formas mais antigas usadas para se motivar uma pessoa a realizar algo que desejamos é criar a expectativa da recompensa. Os pais – principalmente estes – são os grandes especialistas no assunto. O que eles costumam fazer com os filhos nada mais é do que a aplicação prática do que Robbins (2002) nos ensina. Segundo o autor, as recompensas podem de certa maneira influenciar a motivação. Desta forma, já que o os filhos precisam decidir por fazer o que os pais querem que eles façam, o prazer sugerido deve ser maior do que a dor que enfrentarão para realizar. Se desejarmos que alguém cumpra determinada tarefa ou tome determinada atitude, precisamos nos certificar se o que oferecemos como recompensa vale o esforço para realizá-lo. A recompensa é objeto do prêmio final.

 

Há determinadas circunstâncias na nossa vida que nos levam a uma espécie de estado de conformação, que é o limite do que nos julgamos aptos a realizar. É quando construímos a cerca que separa as coisas possíveis das coisas impossíveis para nós. A técnica do desafio consiste em mostrar ao indivíduo a qualidade e intensidade do prazer que lhe aguarda se ousar ultrapassar seus limites. Ele precisa comparar a qualidade e a intensidade do prazer com a dor e o esforço que desprenderá para consegui-lo. O desafio, em transferência de conhecimento ou sem proposta definida de prazer, não resulta em conseqüência positiva.

 

 Compreende-se, portanto, que as estratégias motivacionais devem estar presentes tanto no campo familiar – afetivo, como no ambiente escolar, sendo que o aprendizado de qualquer indivíduo é um processo no decorrer de toda a sua vida, a partir de diversos estímulos, com respostas pessoais a cada um deles.

 

  O processo de ensino-aprendizagem vem sofrendo algumas modificações, com a globalização, a explosão da informática, e as novas tendências de mercado surgiu à necessidade de desenvolver novas técnicas de ensino-aprendizagem, nas quais o aluno não mais fosse um agente passivo em que o docente despeja o conhecimento e o discente simplesmente o absorve, agora as técnicas de ensino-aprendizagem são desenvolvidas de forma sistemática e minuciosamente planejadas, de forma que o educando, agente de sua própria apreensão do conhecimento, desencadeie o desejo, a atitude ativa na aquisição do mesmo, sendo assim, o aluno se transforma em sujeito responsável pelo seu processo de aprendizagem. Conforme pensa Valente, (1999, p.31), quando diz: “A educação não pode mais ser baseada em um fazer descompromissado, terá que ser baseada no fazer que leve ao compreender”. E, para tal, exigi-se uma preparação e um planejamento minucioso por parte dos educadores e equipe pedagógica.

 

Segundo Élson Teixeira (1998), não adianta transferir conhecimento se o educando não sente prazer em receber essa transferência, ou seja, não adianta ensinar se o aluno não está propicio a aprender, os seres humanos apreendem aquilo que lhes é útil, então, se o educador consegue fazer com que seus alunos criem consciência, desenvolvam um significado de o porquê apreender tal conteúdo, seja lhes mostrando a aplicabilidade ou mostrando-lhe a realidade da vida, tais conhecimentos serão apreendidos de modo mais consistente, sendo assim a aprendizagem será mais eficiente.

 

O educador pode e deve utilizar de todas as ferramentas possíveis. Porém mesmo diante de tantas ferramentas inovadoras no campo da educação, tais como: a introdução da informática, o uso de multimídias, a interação via internet, etc., por sua vez tão importantes e em ascendência hoje, o professor ainda encontra muitas dificuldades em sala de aula, principalmente no que diz respeito à motivação dos alunos para a aprendizagem. Sabemos que uma aula mais dinâmica e elaborada requer também mais trabalho por parte do professor; por outro lado, o retorno pode ser bastante significativo, de qualidade e gratificante quando o docente se dispõe a criar novas maneiras de ensinar, deixando de lado a “mesmice” das aulas rotineiras.

 

O ser humano busca inovações sempre, e a cada dia que passa, vemos o quanto isso Contribuiu para a evolução da humanidade. No universo de nossas salas de aulas, nos defrontamos com diferenças relacionadas a níveis sociais, cultura, raça, religião, etc. E diante de tantas inovações tecnológicas, acessível à maioria da população, muitas vezes um quadro de giz e “saliva”, não conseguem atrair a atenção de nossos alunos. É necessário, então, diversificarmos nossas metodologias de ensino, sempre em busca de resgatarmos o interesse e o gosto de nossos alunos pelo aprender.

 

Os jogos educativos pode ser uma ferramenta de suma importância, pois promovem situações de ensino-aprendizagem e aumentam a construção do conhecimento, introduzindo atividades lúdicas e prazerosas, desenvolvendo a capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. “A estimulação, a variedade, o interesse, a concentração e a motivação são igualmente proporcionados pela situação lúdica...” (Moyles, 2002, p.21).

 

Porém, é importante que os jogos pedagógicos sejam utilizados como instrumentos de apoio, constituindo elementos úteis no reforço de conteúdos já apreendidos anteriormente. Em contrapartida, essa ferramenta de ensino deve ser instrutiva, transformada numa disputa divertida, que consiga, de forma sutil, desenvolver um caminho correto ao aluno. É importante, também, que haja uma relação com a aprendizagem, de forma que seja marcado por um envolvimento, tanto do professor, quanto do aluno. E neste envolvimento, ambos estão sendo inseridos no processo ensino/aprendizagem, experimentando o prazer das apropriações e da construção do conhecimento.

 

É válido ressaltar que nossos alunos necessitam de muito mais do que simplesmente ouvir, escrever e resolver exercícios que atendam ao currículo proposto no início do ano. Podemos ir além e proporcionar a eles momentos de harmonia, diversão e brincadeiras, em busca da aprendizagem e da convivência saudável com suas próprias emoções. Desta forma estaremos colaborando na construção da sua individualidade, da sua marca pessoal.

 

Considerações Finais

 

Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental por meio da aquisição de conteúdo e da socialização para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.

 

 

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